terça-feira, 28 de abril de 2015

Novo endereço - É só acessar

Devido a problemas técnicos com o funcionamento deste blog, comunicamos um novo endereço para que você não deixe de ler qualquer postagem deste autor.


Nossa nova página é: www.umasreflexoes.wordpress.com


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Jesus, um estrangeiro como caminho...


A passagem de Jesus nesta terra foi extremamente rápida do ponto de vista histórico, mas seus feitos e seus discursos, sermões, são um traço contínuo de sua presença eternizada pelos movimentos posteriores, sobretudo, pelo cristianismo. Certamente, sua pessoa ainda vive conosco tão forte é o seu legado. Temos a impressão de que os principais registros da vida de Jesus, os Evangelhos, dão conta e são fontes seguras do propósito de sua morte tão repentina. 
É interessante notar que Jesus, em meio a uma série de declarações feitas aos discípulos, expõe os motivos de sua vinda ao mundo. Diferente de nós, Jesus não busca seu lugar ao sol, não está atrás de um lugar no mundo, muito menos de se fixar em terra estrangeira. Ele não dá sequer importância aos atrativos deste mundo. Naquela época era muito comum desejar ser general de tropas militares, ansiar a cargos políticos também, ascender ao trono, lutar por algum lugar na elite da sociedade ou mesmo desejar ser um soldado romano, ir à guerra e aprender a ser um conquistador.
Antes mesmo de algum desses ideais povoar a mente de Jesus, havia um plano divino para ele, de modo que bem sabia a razão de estar aqui. “(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.”(Jo 10.10). Viver para ele implica encarar o cotidiano, os fatos deste mundo a partir do que lhe fora revelado pelo Pai, o conhecimento de sua vontade e o cumprimento das Escrituras. “E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti.”(Jo 17.11). Jesus desenvolve um modo de viver no mundo sem pertencer a este mundo. Como a sua palavra é a verdade que se opõe ao mundo, este acaba odiando aqueles que a seguem, assim muitos começam a construir um outro mundo diferente deste porque já não são do mundo, mas são agora do mesmo mundo de Jesus. Insiste: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.”(Jo 17.14).
Fato é que Jesus não é deste mundo, o que acarreta para ele uma identidade estrangeira. Passa por aqui como um estrangeiro em terra estranha, visto ser este mundo inteiramente contraditório aos seus planos, ao reino de seu Pai, realmente diferente do que ele diz ser a eternidade: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”(Jo 17.3-4).
A sua mensagem, seus ensinamentos, mostra um homem desprendido deste mundo, desapegado dos valores terrenos, sem se embaraçar com nada. Sua oração, intimidade com o Pai, seu jeito seguro e verdadeiro para afirmar a existência de um outro reino eram convincentes. Com palavras cheias do que deve ser este mundo, semelhante ao seu reino, Jesus usava de repreensão aos que queriam menosprezar os pequeninos, habitantes de seu reino. Utiliza-se de uma criança. A imagem da criança revela a todos um outro mundo de que falava o mestre. Seu reino. Um mundo que ninguém podia tomar. Seu povo. Um povo que ninguém podia maltratar e herdeiro de um outro tipo de vida que não esta, a vida eterna.
Por isso, sua identidade estrangeira, na medida em que não se deixa dominar, abre passagem para os que buscam libertação, novo nascimento e salvação. Nem a morte fora capaz de dominá-lo. Jesus atravessa os limites de sua nacionalidade; os padrões de sua religiosidade, o judaísmo; desafia as autoridades políticas de seu tempo; supera as realidades temporais e espaciais para abrir uma relação definitiva de caminho para o seu reino. Um reino que não é deste mundo: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.”(Jo 18. 36).
Estrangeiro porque não tem onde reclinar a cabeça, anuncia um reino eterno e fala de outras moradas, além disso, durante o tempo que passou conosco, se opôs a este mundo como se não fosse a sua casa, tampouco a nossa. “Na casa de meu Pai há muitas moradas (...). Vou preparar-vos lugar.”(Jo 14. 2). A propósito do caminho para este lugar, assim responde a Tomé: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”(Jo 14. 6).

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo e teólogo


sábado, 14 de março de 2015

VERGONHA


Convivemos com tanta exposição hoje em dia que, ao escolhermos uma vida simples e cada vez menos exibicionista, a vergonha passa a ser o contraponto daqueles que agem correntemente de acordo com a “sociedade do espetáculo”, expressão cunhada por Guy Debord em obra de sua autoria. Por “sociedade do espetáculo” se entende uma vida pautada na exterioridade, segundo a qual as máscaras são colocadas e as cortinas abertas para o encantado show das pseudoindividualidades ou falsas individualidades nos mais variados lugares de convivência social; dos jantares de confraternização às passagens pelo mercado, lojas e shoppings. As ruas também são espaços onde desfilam as mais diversas formas de vida; daquelas mais superficiais às mais verdadeiras.
A grande praça a que somos convidados a frenquentar expõe tipos inusitados de representações. A impressão que se tem é que a sociedade é um enorme palco de representações. Por conta disso é que nos envergonhamos, sobretudo quando confrontamos o exterior com o nosso interior. Justamente aí nasce a indignação e a sensação de vergonha. “A vergonha é o sentimento daquele que, inadequado no cenário do espetáculo, ainda preserva o interior contra a lei da superfície e do uso da máscara que a todos encanta”(TIBURI, Márcia. Filosofia Prática: ética, vida cotidiana, vida virtual. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 146). Passamos a ver o exterior não mais como ele é, mas como ele poderia não ser. Tal sensação de estranhamento é a própria vergonha, porque é uma experiência que se estabelece com a verdade. Quando nos deparamos com a verdade significa que nos deparamos com a vergonha. Tiramos as máscaras e desencantamos as falsas individualidades.
Muitos não querem sentir vergonha. É um “direito”, mesmo preferindo permanecer oprimido pelo exterior e pela diminuição de liberdade. Um “direito” de não ter “direito”, na medida em que a vergonha é o efeito ou a consequência da liberdade. Nesse sentido a vergonha é praticamente inevitável. Geralmente nos envergonhamos de sentir vergonha, como se a vergonha não fosse própria da natureza humana. Assim o é com a angústia, a revolta, a indignação. A capacidade de se indignar ou de se envergonhar não deve ser uma vanglória da moral, mas um afeto de alguma coisa inadequada, de que algo realmente importa.
O sentimento de vergonha é sinal de que algo ainda importa. Importar-se é, a propósito, tantas vezes, o nome próprio da inadequação. Inadequado é quem, por um motivo ou outro, começou a pensar. 'Adequado' é, neste sentido, o sem-vergonha. Seria aquele que se entrega à prática abstratamente, aquela prática sem pensamento na qual o outro não é considerado”(idem, p. 147).
Dessa maneira, o fingimento, a mentira pela mentira, a informação pela informação e a exposição da intimidade em redes sociais são experiências insuportáveis para o inadequado que, movido pela vergonha, subverte o status quo de uma realidade conformada com seus vícios sociais e políticos, além disso, gera nele mesmo uma indignação muito pessoal e subjetiva de se perguntar, ressentir, inquietar-se.
Muito interessante perceber que a vergonha é um sentimento que acontece quando mais nos envolvemos com as demandas do mundo, onde quer que estejamos, ou em casa no quarto sozinho, no trabalho quando há ausência de profissionalismo ou nas ruas em manifestações ordeiras reclamando direitos sociais, preservação das instituições e da democracia, pedindo urgentemente reformas de ordem política e etc. Às vezes, basta uma notícia de violência, agressão ou mais uma de escândalos de corrupção política para nos envergonhar interiormente.
Portanto, o viés político estimulado pelo sentimento de vergonha é algo que não podemos perder, justo numa sociedade cada vez mais insensível aos exercícios de cidadania e participação democrática. Se não pelo ativismo, pela práxis, ao menos pelo sentimento de vergonha a política mexa conosco.

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo e teólogo
 


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Locke (1632-1704), Da importância do governo para os indivíduos em sociedade

"Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem é igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de 'propriedade'."

LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, cap. IX, p. 82 (Coleção "Os Pensadores").


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Filmaço: "LEVIATÃ"

Com características inspiradas na criatividade russa, "Leviatã" deve ser um filme interessante do ponto de vista filosófico porque explora a condição humana no mundo e lembra basicamente a obra de Thomas Hobbes. Programação para as férias. "Leviatã", filme inspirado também no livro de Jó. Daí sua relevante ênfase na condição humana. Vale a pena. Muito bom.

Lisa Simpson fazendo sua indicação bibliográfica. Boa.


Um mergulho corajoso e, quiçá, profundo.


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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Jesus, um estrangeiro como caminho...


A passagem de Jesus nesta terra foi extremamente rápida do ponto de vista histórico, mas seus feitos e seus discursos, sermões, são um traço contínuo de sua presença eternizada pelos movimentos posteriores, sobretudo, pelo cristianismo. Certamente, sua pessoa ainda vive conosco tão forte é o seu legado. Temos a impressão de que os principais registros da vida de Jesus, os Evangelhos, dão conta e são fontes seguras do propósito de sua morte tão repentina. 
É interessante notar que Jesus, em meio a uma série de declarações feitas aos discípulos, expõe os motivos de sua vinda ao mundo. Diferente de nós, Jesus não busca seu lugar ao sol, não está atrás de um lugar no mundo, muito menos de se fixar em terra estrangeira. Ele não dá sequer importância aos atrativos deste mundo. Naquela época era muito comum desejar ser general de tropas militares, ansiar a cargos políticos também, ascender ao trono, lutar por algum lugar na elite da sociedade ou mesmo desejar ser um soldado romano, ir à guerra e aprender a ser um conquistador.
Antes mesmo de algum desses ideais povoar a mente de Jesus, havia um plano divino para ele, de modo que bem sabia a razão de estar aqui. “(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.”(Jo 10.10). Viver para ele implica encarar o cotidiano, os fatos deste mundo a partir do que lhe fora revelado pelo Pai, o conhecimento de sua vontade e o cumprimento das Escrituras. “E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti.”(Jo 17.11). Jesus desenvolve um modo de viver no mundo sem pertencer a este mundo. Como a sua palavra é a verdade que se opõe ao mundo, este acaba odiando aqueles que a seguem, assim muitos começam a construir um outro mundo diferente deste porque já não são do mundo, mas são agora do mesmo mundo de Jesus. Insiste: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.”(Jo 17.14).
Fato é que Jesus não é deste mundo, o que acarreta para ele uma identidade estrangeira. Passa por aqui como um estrangeiro em terra estranha, visto ser este mundo inteiramente contraditório aos seus planos, ao reino de seu Pai, realmente diferente do que ele diz ser a eternidade: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”(Jo 17.3-4).
A sua mensagem, seus ensinamentos, mostra um homem desprendido deste mundo, desapegado dos valores terrenos, sem se embaraçar com nada. Sua oração, intimidade com o Pai, seu jeito seguro e verdadeiro para afirmar a existência de um outro reino eram convincentes. Com palavras cheias do que deve ser este mundo, semelhante ao seu reino, Jesus usava de repreensão aos que queriam menosprezar os pequeninos, habitantes de seu reino. Utiliza-se de uma criança. A imagem da criança revela a todos um outro mundo de que falava o mestre. Seu reino. Um mundo que ninguém podia tomar. Seu povo. Um povo que ninguém podia maltratar e herdeiro de um outro tipo de vida que não esta, a vida eterna.
Por isso, sua identidade estrangeira, na medida em que não se deixa dominar, abre passagem para os que buscam libertação, novo nascimento e salvação. Nem a morte fora capaz de dominá-lo. Jesus atravessa os limites de sua nacionalidade; os padrões de sua religiosidade, o judaísmo; desafia as autoridades políticas de seu tempo; supera as realidades temporais e espaciais para abrir uma relação definitiva de caminho para o seu reino. Um reino que não é deste mundo: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.”(Jo 18. 36).
Estrangeiro porque não tem onde reclinar a cabeça, anuncia um reino eterno e fala de outras moradas, além disso, durante o tempo que passou conosco, se opôs a este mundo como se não fosse a sua casa, tampouco a nossa. “Na casa de meu Pai há muitas moradas (...). Vou preparar-vos lugar.”(Jo 14. 2). A propósito do caminho para este lugar, assim responde a Tomé: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”(Jo 14. 6).

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo e teólogo


sábado, 14 de março de 2015

VERGONHA


Convivemos com tanta exposição hoje em dia que, ao escolhermos uma vida simples e cada vez menos exibicionista, a vergonha passa a ser o contraponto daqueles que agem correntemente de acordo com a “sociedade do espetáculo”, expressão cunhada por Guy Debord em obra de sua autoria. Por “sociedade do espetáculo” se entende uma vida pautada na exterioridade, segundo a qual as máscaras são colocadas e as cortinas abertas para o encantado show das pseudoindividualidades ou falsas individualidades nos mais variados lugares de convivência social; dos jantares de confraternização às passagens pelo mercado, lojas e shoppings. As ruas também são espaços onde desfilam as mais diversas formas de vida; daquelas mais superficiais às mais verdadeiras.
A grande praça a que somos convidados a frenquentar expõe tipos inusitados de representações. A impressão que se tem é que a sociedade é um enorme palco de representações. Por conta disso é que nos envergonhamos, sobretudo quando confrontamos o exterior com o nosso interior. Justamente aí nasce a indignação e a sensação de vergonha. “A vergonha é o sentimento daquele que, inadequado no cenário do espetáculo, ainda preserva o interior contra a lei da superfície e do uso da máscara que a todos encanta”(TIBURI, Márcia. Filosofia Prática: ética, vida cotidiana, vida virtual. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 146). Passamos a ver o exterior não mais como ele é, mas como ele poderia não ser. Tal sensação de estranhamento é a própria vergonha, porque é uma experiência que se estabelece com a verdade. Quando nos deparamos com a verdade significa que nos deparamos com a vergonha. Tiramos as máscaras e desencantamos as falsas individualidades.
Muitos não querem sentir vergonha. É um “direito”, mesmo preferindo permanecer oprimido pelo exterior e pela diminuição de liberdade. Um “direito” de não ter “direito”, na medida em que a vergonha é o efeito ou a consequência da liberdade. Nesse sentido a vergonha é praticamente inevitável. Geralmente nos envergonhamos de sentir vergonha, como se a vergonha não fosse própria da natureza humana. Assim o é com a angústia, a revolta, a indignação. A capacidade de se indignar ou de se envergonhar não deve ser uma vanglória da moral, mas um afeto de alguma coisa inadequada, de que algo realmente importa.
O sentimento de vergonha é sinal de que algo ainda importa. Importar-se é, a propósito, tantas vezes, o nome próprio da inadequação. Inadequado é quem, por um motivo ou outro, começou a pensar. 'Adequado' é, neste sentido, o sem-vergonha. Seria aquele que se entrega à prática abstratamente, aquela prática sem pensamento na qual o outro não é considerado”(idem, p. 147).
Dessa maneira, o fingimento, a mentira pela mentira, a informação pela informação e a exposição da intimidade em redes sociais são experiências insuportáveis para o inadequado que, movido pela vergonha, subverte o status quo de uma realidade conformada com seus vícios sociais e políticos, além disso, gera nele mesmo uma indignação muito pessoal e subjetiva de se perguntar, ressentir, inquietar-se.
Muito interessante perceber que a vergonha é um sentimento que acontece quando mais nos envolvemos com as demandas do mundo, onde quer que estejamos, ou em casa no quarto sozinho, no trabalho quando há ausência de profissionalismo ou nas ruas em manifestações ordeiras reclamando direitos sociais, preservação das instituições e da democracia, pedindo urgentemente reformas de ordem política e etc. Às vezes, basta uma notícia de violência, agressão ou mais uma de escândalos de corrupção política para nos envergonhar interiormente.
Portanto, o viés político estimulado pelo sentimento de vergonha é algo que não podemos perder, justo numa sociedade cada vez mais insensível aos exercícios de cidadania e participação democrática. Se não pelo ativismo, pela práxis, ao menos pelo sentimento de vergonha a política mexa conosco.

Prof. Jackislandy Meira de M. Silva, filósofo e teólogo
 


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Locke (1632-1704), Da importância do governo para os indivíduos em sociedade

"Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a fruição do mesmo é muito incerta e está constantemente exposta à invasão de terceiros porque, sendo todos reis tanto quanto ele, todo homem é igual a ele, e na maior parte pouco observadores da equidade e da justiça, a fruição da propriedade que possui nesse estado é muito insegura, muito arriscada. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de 'propriedade'."

LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro: Abril Cultural, 1978, cap. IX, p. 82 (Coleção "Os Pensadores").


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Filmaço: "LEVIATÃ"

Com características inspiradas na criatividade russa, "Leviatã" deve ser um filme interessante do ponto de vista filosófico porque explora a condição humana no mundo e lembra basicamente a obra de Thomas Hobbes. Programação para as férias. "Leviatã", filme inspirado também no livro de Jó. Daí sua relevante ênfase na condição humana. Vale a pena. Muito bom.

Lisa Simpson fazendo sua indicação bibliográfica. Boa.


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